quinta-feira, dezembro 21, 2006

Operações Básicas Aplicadas à Informação

Sob a ótica de Luiz Carlos Sá Carvalho:
“As funções básicas realizadas com os dados são, na essência, apenas as seguintes: transcrever ou copiar em locais estabelecidos, arquivar segundo uma regra, localizar dados arquivados e executar cálculos aritméticos. “Só”?, me dirá o leitor, um tanto desconfiado. Pois é, só isso.” (Página 86 do livro Análise de Sistemas: O Outro Lado da Informática)

No entanto, na página seguinte diz Sá Carvalho: “Como já dissemos, temos muita dificuldade para entender e avaliar globalmente, grandes quantidades de informação de uma só vez. É preciso uma boa síntese. Esse processo de síntese nada mais é que selecionar, adequadamente, alguns dados, resumir outros por meio de cálculos e colocar lado a lado aqueles cuja correlação seja muito significativa e que devem ser vistos simultaneamente pelo usuário. “Saber” alguma coisa, é, afinal de contas correlacionar fatos e idéias”. (Página 87 do livro Análise de Sistemas: O Outro Lado da Informática).

Uma interpretação do texto de Gordon Davis em seu livro “Management Information Systems: Conceptual Foundations, Structure and Development (edição 1974) me levou a definir 5 ( cinco) operações básicas sobre informações. Vale notar que Davis é mais específico, ao chamar quatro dessas operações de estratégias para “data reduction”. As operações são:

Classificação (Informações precisam ser organizadas)
Sumarização (Para combater a complexidade do volume de informações, são necessárias estratégias de síntese)
Filtragem (Para combater a complexidade e limitar o acesso, são
necessárias estratégias de seleção de informação)
Inferência (Regras de inferência podem descobrir padrões em um conjunto de grande volume de informações.)
Apresentação (Diferentes formas de apresentar a informação
influenciam como a mesma é compreendida).


Essas macro operações são constantemente empregadas em Sistemas de Informação para atender às necessidades dos seres humanos que utilizam esses Sistemas.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Globalidade: Teoria Geral de Sistemas

Acabo de fazer referência ao conceito de globalidade em uma nota em outro veículo. Nele coloquei um ponteiro para uma nota anterior sobre TGS, na qual a caractéristica de globalidade foi mencionada, mas não definida.

Entende-se globalidade, no contexto da TGS, como a característica de que por menor que seja a alteração num sistema, essa alteração impacta todo o sistema.

Existe uma frase muito usada em alemão que fala sobre o problema de detalhes. Estou copiando aqui uma transparência utilizada em uma palestra no Simpósio Brasileiro de Engenharia de Software, que contrapõe o ditado em duas línguas: prestem atenção no detalhe!

segunda-feira, novembro 27, 2006

Sistemas de Informação: Uma área de conhecimento?

Um artigo do mês de Maio, na revista "Communications of the ACM", reporta uma pesquisa sobre a presença de citações à periódicos da área de Sistemas de Informação. Com os resultados da análise, o artigo pretende apresentar a idéa de que Sistemas de Informação deixou de ser uma área onde faz-se referências a outras áreas para passar a ser uma área que outras áreas referenciam.

Com dados de citações, os autores constroem um argumento de que SI é uma área de conhecimento, como seria ciência da computação ou engenharia.

Vejam o resumo sobre os dados do artigo em uma nota que postei em Amazing (Inglês).

domingo, novembro 12, 2006

Catalogando Informações

Os termos tesauro, vocabulário, dicionário, léxico, taxonomias e recentemente ontologias têm sido utilizados na literatura de uma maneira livre e a precisa definição de cada um desses termos depende do autor e do contexto em que são utilizadas. Em Ciência da Informação os termos tesauro, vocabulário e léxico tem um sentido estrito na medida em que ajudam os sistemas de catalogação. Nas ciências naturais, taxonomias são fundamentais porque fornecem diretrizes para a construção dos mapas das espécies, existindo uma sub-área que cuida especificamente disso: a sistemática.

Em Ciência da Computação a tarefa de disponibilizar conhecimento é uma dos pontos principais para o qual se direcionam várias áreas de pesquisa, principalmente as relacionadas a: banco de dados, inteligência artificial, modelagem conceitual e engenharia de software para citar algumas.

Recentemente, com o crescimento da Web, o problema da catalogação da informação e sua fácil recuperação agravaram os desafios de lidar com um grande volume de informação não previamente catalogada. Nesse contexto buscou-se na filosofia um termo, ontologia, que pudesse refletir a magnitude do problema.

Tesauro, vocabulário, léxico, taxonomia e ontologia como dissemos têm distintas definições. Não nos cabe aqui entrar nessa discussão. Vale frisar que de uma maneira geral, os requisitos normalmente colocados para catalogação em Ciência da Informação são menos sofisticados que os que os pesquisadores de modelagem conceitual e de inteligência artificial têm voltado sua atenção.

De uma maneira geral, e bastante geral, pode-se entender que: vocabulário, léxico, tesauro e dicionário encontram-se mais focados em aspectos denotacionais, que taxonomias estão mais focadas em aspectos estruturais, no que concerne a conotação, e que ontologias são estruturas mais complexas, onde não só aspectos denotacionais e conotacionais são centrais, mas também o emaranhado de relacionamentos entre as entidades desse conjunto.

sábado, novembro 11, 2006

Atividades de Gerência

Enteder as atividades básicas de gerência, independente do nível de detalhe, é fundamental para o profissional de Sistemas de Informação. Nomeadas por Fayol, são pilares para o entendimento das práticas de administração. É importante compreende-las bem.

As quatro atividades são:

-- Organizar
-- Planejar
-- Controlar
-- Coordenar

Um gerente utiliza-se dessas tarefas básicas em situações que evoluem ao longo do tempo. O gerente parte de uma situação existente e procura atingir o objetivo. Essas são pré-condições para que as tarefas sejam desenvolvidas.

Poderíamos, de uma maneira simplista, entender o processo de gerência como uma função com dois parâmetros: situação atual e objetivo: Função_Gerenciar (Situação_Atual,Objetivo). A função retorna verdadeiro (V) ou falso (F), dependendo do sucesso do gerente. Para executar essa função o gerente deve-se valer das quatro tarefas básicas listadas acima.

Ao organizar o gerente trabalha com a identificação e a disponibilidade dos recursos necessários para atingir o objetivo. Fundamentalmente é definir como pessoas, artefatos, técnicas e infraestrutura estarão disponivéis na situação atual para o atendimento do objetivo.

Planejar é traçar o caminho que levará com que o objetivo seja atingido.

Dirigir é fazer com que as pessoas, recursos, artefatos, técnicas e infraestrutura trabalhem na direção do plano.

Controlar é ter certeza que o caminho traçado está sendo seguido.

Numa visão simplista tudo seria ordenado: organiza-se, planeja-se, dirigi-se e os objetivos serão alcançados. Como gerenciar não é simples, essa visão não é suficiente. Há que controlar. A sub-função controle detecta desvios entre o que está sendo realizado, fruto da sub-função direção, e o que foi planejado. Esses desvios orientam como agir subsequentemente na sub-função direção. No entanto, algumas vezes, isso também não é suficiente, então pode ser necessário um re-planejamento ou até uma re-organização.

O ponto importante da sub-função controle é que ela proporciona a retro-alimentação. A retro-alimentação é pre-condicção para aprender, para melhorar.

Nos programas de melhoria contínua, na ótica do movimento de qualidade total, é extremamente importante o entendimento do ciclo PDCA (Plan, Do, Control, Act), ou seja: planeje, execute, controle e aja. Como o PDCA é circular, a ação tomada em reação ao controle pode levar a um novo plano.

sábado, outubro 07, 2006

Universo de Informações

"Universo de Informações é o contexto geral no
qual o software deverá ser desenvolvido e operado.
O UdI inclui todas as fontes de informação e todas
as pessoas relacionadas ao software. Essas pessoas
são também conhecidas como os atores desse universo.
O UdI é a realidade circunstanciada pelo
conjunto de objetivos definidos pelos que
demandam o software"

quinta-feira, agosto 31, 2006

Será que TI ainda é um investimento estratégico?

A discussão iniciada em 2003 por Nicholas Carr ainda é bastante atual.

Será que TI é realmente uma "commodity"?

Voltarei a esse tema. Só para iniciar, veja esses endereços abaixo.

1) Um artigo antigo que achei no Google.
2) Uma tradução de artigo da Wharton.
3) Um editorial da Computerworld, versão portuguêsa.

Se por um lado é verdade que TI é, cada vez mais, uma mercadoria e que sua importância é fundamentalmente operacional, creio que é muito forte não pensar no seu uso de forma estratégica.

Veja o caso da Gol. A Gol conseguiu, de maneira incrívelmente rápida, uma participação crescente no mercado de transporte aéreo no Brasil e agora também no mercado latino-americano. Sem querer entrar em detalhes sobre isso, vale frisar que seu sucesso foi obtido com base em 4 pontos chave:

1) frota completamente nova,
2) bilhetagem simplificada,
3) preço sobre demanda, e
3) venda direta, primeiro via telefone e hoje fundamentalmete na Web.

As duas últimas só foram possíveis face a existência de um sistema de informação sintonizado às caractéristicas da empresa. Esse sistema foi fundamental para que a empresa fosse competitiva e ganhasse o mercado na forma que o fez. No entanto, poderia arguir-se que em termos de pesquisa pouco se fez, e que a empresa simplesmente utilizou TI como uma mercadoria, face a variedade de fornecedores de sistemas de reserva. No entanto, se esse sistema não estiver bem sintonizado aos objetivos da empresa ele não será uma arma de competição. No caso específico a TI foi fundamental para o sucesso da Gol.

No entanto, a Gol está indo além. Está montando, com tecnologia já conhecida e portanto podendo ser considerada mercadoria, um banco. Veja que aqui a vantagem competitiva da Gol é a junção da TI com a percepção de que "voar" passa a ser também uma mercadoria como o é um eletrodoméstico. Dessa forma com o "VOE FÁCIL GOL" está criando o crediário para "voar", e passará a auferir renda também no financiamento direto. Nada de novo, aparentemente, já que outras empresas aéras já operavam com crediário, que aos poucos foram sendo substituídos pelas vendas por cartão de crédito.

A Gol relança o crediário porque dispõe de TI capaz de dimuir o custo de processamento e o risco de inadimplência. Além disso usa uma estratégia de marketing onde o cartão de crediário passa a ser visto com um cartão de fidelização.

Essa estratégia, em linhas gerais, é facilmente replicável, mas dependerá fundamentalmente das heuristícas embutidas na análise do crédito acoplada com as heurísticas de preço sobre demanda.

Apesar de ser uma reunião de tecnologias, acredito que esse caso mostra um exemplo, no qual a TI é extremamente importante sob a ótica de competitividade.

quinta-feira, agosto 10, 2006

O Executivo de Sistemas de Informação

O executivo de sistemas de informação é um profissional que tem passado por grandes transformações. Claro: com a velocidade das mudanças tecnológias é natural que esse profissional tenha que estar "antenado" para novas tendências, novos produtos, novas gírias.

Historicamente esse profissional passou por uma série de ondas de transformação e o título que denota sua posição máxima é um exemplo de como as coisas mudaram.

Vejamos: Chefe do Departamento de Processamento de Dados, Gerente de Informática, Diretor de Informática, Vice-Presidente de Informática e o termo mais comum hoje: CIO (Presidente de Informática). Usei termos em Português, inclusive fazendo uma versão e não uma tradução para o termo hoje utilizado (Chief Information Officer).

O que vemos é que esse executivo foi aos poucos subindo na pirâmide organizacional; função basicamente do crescimento do uso de tecnologias de informação na organização. É um cargo de alta responsabilidade e por isso muito bem remunerado.

Voltaremos a esse tema. Vou aproveitar e adicionar um elo aqui do lado para um veículo que traz muitas notícias que são de interesse desse tipo de profissional, e é claro para aqueles que querem chegar lá. A adicão do elo é apenas uma referência para material jornalístico em Português. Existem outros canais de divulgação jornalística como a revista Exame, por exemplo, mas creio que o portal mantido pela IDG é uma das melhores indicações.

sábado, julho 22, 2006

Organização Federativa de Sistemas de Informação

O título acima é de um artigo que escrevi em 1994 e que está publicado na revista BateByte da Celepar.

E por que ressucitar um artigo escrito em 1994?

A razão é que o problema de integração é perene.

Vejam por exemplo o recente problema, grave, ocorrido no FBI em relação ao sistema de informação "Virtual Case File". Num artigo na Spectrum, Harry Goldstein diz:

"Now, detailed interviews with people directly involved with the VCF paint a picture of an enterprise IT project that fell into the most basic traps of software development, from poor planning to bad communication." (entrevistas com participantes do projeto apontam que armadilhas comuns em TI, como falta de planejamento e falta de comunicação ocorreram)
Muitos dos problemas que ainda persistem em SI acontecem face à falta de entendimento de que estes são sistemas complexos e que envolvem não só aspectos técnicos. Diz o artigo de 1994:
"Um sistema de informação não é como muitos acreditavam e, infelizmente, alguns ainda acreditam, um sistema puramente técnico. A visão tecnicista, oriunda, principalmente, do enfoque racional tecnológico da maioria dos gerentes responsáveis pela função de processamento de dados, detecta um sistema de informação como meramente uma obra de engenharia. Nada mais longe da realidade."
Na verdade Sistemas de Informação devem ficar atentos para aspectos sociais. A proposta
de organização federativa é uma alternativa, de origem social, que procura evitar problemas de integração de grandes sistemas.

Hoje com sistemas do tipo Web e com servidores cada vez mais pontentes, volta-se novamente a sonhar-se com sistemas centralizados e totalmente integrados. Vale o que está escrito acima: tecnologia só não resolve.

Voltarei a esse tema, principalmente sob a ótica de centralização / descentralização em Sistemas de Informação.

sábado, julho 15, 2006

"Piloto de Word"

Durante debates do WER 2006, uma frase chamou minha atenção: “piloto de Word”.

Creio que foi a Susana Oliveira quem usou esse termo, que teria sido cunhado por profissionais que trabalham no nível de implementação. Seu uso por parte da comunidade parece ter um viés depreciativo, no sentido de que esse profissional ( o piloto) seria menos capacitado em aspectos tecnológicos.

A frase surgiu no contexto de uma discussão sobre profissionais recém formados e que fazem concurso público. Foi observado, por alguns participantes, que esses profissionais têm um perfil muito voltado para as tecnologias de implementação e enfrentam sérios problemas quando têm que lidar com requisitos de software.

São várias, as razões dessa visão, equivocada, por parte dos profissionais com o perfil mais tecnológico e com pouca experiência em sistemas de informação. A principal razão é a falta de entendimento por parte da alta gerência da importância de processos bem definidos para que o software seja planejado adequadamente. Outra forte razão é a falta da disseminação do conhecimento sobre a engenharia de requisitos.

O “Word”, da frase título, está presente porque ainda é muito pouco difundido o uso de tecnologias de engenharia de requisitos, o que faz com que muitos profissionais que trabalham com a definição de software (também conhecidos como analistas de negócio ou analistas de sistemas) não utilizem infra-estrutura adequada para o registro e acompanhamento de requisitos (também conhecido como gerência de requisitos) e acabem usando apenas editores de texto para registrar requisitos.

As tecnologias de engenharia de requisitos são pouco utilizadas porque, como dito acima, falta disseminação (educação) sobre a matéria e porque a maioria das ferramentas de mercado exige alto investimento, não só financeiros, mas também humanos; principalmente, porque a grande maioria delas é descrita/escrita em línguas estrangeiras.

O tema de transferência de tecnologia na área de engenharia de requisitos é um tema que vem sendo discutido internacionalmente. Se quiser saber mais sobre isso; veja um texto sobre a ótica de transferência de tecnologia e/ou um texto sobre a ótica de engenharia de requisitos.

Se quiser deixar sua opinião nos comentários: seja bem-vindo.

p.s. Quer aprender mais sobre engenharia de requisitos? Então consulte a biblioteca de acesso livre do Workshop de Engenharia de Requisitos, ou leia o livro Perspectives on Software Requirements.

terça-feira, julho 04, 2006

Adicione ao seu Delicious (Salvar no Delicious)

Acabei de postar um novo elo com o título acima.

O que é isso?

O delicious é um serviço de marcação. Forneci uma explicação inicial no meu primeiro comentário em Amazing.

Vou tentar ser mais didático, mesmo porque o Delicious ainda têm sua interface em Inglês.

O que é um serviço de marcação? É um serviço que permite com que suas páginas preferidas na rede sejam mantidas em um repósitorio e que sejam etiquetadas ou marcadas com palavras chave de sua preferência. É semelhante ao "Favoritos" do seu navegador, mas com uma grande diferença, que são justamente os marcadores ou etiquetas.

Sim, e daí?

Bom, a marcação pode ser uma importante ferramenta para que as informações da rede sejam arrumadas de acordo com o frêgues. Explico: você tem o poder de, ao guardar sua página favorita, marca-la com as palavras (que você pode inventar!) que lhe vierem a cabeça. Você também pode fazer com que todos que acessem o delicious possam ver seus favoritos e possam ver os marcadores que você utilizou.

Moral da história: quanto mais pessoas tenham marcado determinadas páginas com marcadores iguais (vejam que aqui não há uma imposição, mas essa igualdade virá democraticamente) mais fácil será para que se possa achar informação na rede que todos atribuem importância. Vejam um artigo de Shirky (em Inglês) sobre o assunto.

Em Inglês, esse tipo de software tem sido chamado de Social Software ou Software Social.

Vejam meus marcadores.

domingo, julho 02, 2006

As 4 grandes firmas

O mercado de sistemas de informação foi e é muito influenciado pelas grandes firmas de consultoria.

Essas firmas que na década de 80 eram 8 grandes firmas, por uma série de fusões acabaram tornando-se 5 na década de 90 e hoje são 4.

São elas: PWC, Deloitte, KPMG e Ernst&Young.

Essas firmas surgiram fornecendo serviços de auditoria contábil, e seu crescimento confunde-se com o crescimento das grandes organizações industriais e de serviços. Cresceram porque seus serviços são vistos como um selo de qualidade. São hoje grandes corporações e estão espalhadas pelo mundo todo.

Como as organizações cresceram e os sistemas de informação tornaram-se uma necessidade fundamental, essas grandes firmas foram criando áreas de especialização em sistemas de informação. Tanto foi assim que algumas delas criaram diferentes firmas para cuidarem especialmente desse mercado.

A primeira a fazer isso foi a Andersen, criando a Andersen Consulting, hoje com o nome de Accenture. No entanto a Andersen, que era uma das 5 grandes em 90, acabou. Acabou porque estava relacionada aos problemas da Enron e seu fim trouxe grande preocupação à indústria.

Além das 4 listadas acima e da Accenture, também são grandes as empresas CapGemini e a Bearing Point (essa criada a partir da KPMG).

De maneira geral, essas empresas são seguidoras de tendências no que se refere à tecnologia de informação, e de certa maneira são conservadoras na proposta de soluções. No entanto, com a separação por unidades de negócio e na formação de firmas orientadas ao mercado de TI espera-se que essas empresas possam ser mais inovadoras no uso da tecnologia.

De qualquer maneira, visitar os sítios indicados acima é uma boa maneira de saber o que este tipo de organização vem oferecendo ao mercado de sistemas de informação.

quarta-feira, junho 21, 2006

Engenharia de Requisitos

Um sistema de informação não existe sem software.

Para construir software que atenda as necessidades de um sistema de informação, requisitos de boa qualidade são essenciais.

Uma sub-área da engenharia de software, engenharia de requisitos, tem como tarefa estudar maneiras de melhorar o processo de construção de requisitos.

No mês de Julho a PUC-Rio estará realizando o WER 2006 um workshop em que pesquisadores da área de requisitos se reunem para divulgar resultados de pesquisas e dialogar sobre o tema.

Na nona edição desse workshop estará proferindo a palestra principal o Professor Eric Yu da Universidade de Toronto. Ele é o inventor de uma linguagem, i*, que vem sendo muito utilizada por outros pesquisadores.

Maiores informações sobre o programa e sobre inscrições podem ser encontradas no sítio do WER 2006.

quinta-feira, junho 15, 2006

Biblioteca Digital

Um dos grandes benefícios da rede é a facilidade no acesso à informação científica. Recentemente, comentei sobre o assunto ressaltando a importância do acesso livre. Um dos projetos pioneiros de biblioteca digital no Brasil é o sistema Scielo. Uma iniciativa que partiu das ciências da saúde e hoje incorpora uma série de periódicos (meios de divulgação científica) de outras áreas.

Ligados a sistemas de informação, temos, a princípio, três periódicos nos quais podemos encontrar informações sobre o uso de tecnologia de informação. São eles:

Apesar de nenhum dos três ter como tema central Sistemas de Informação, alguns artigos abordam assuntos correlatos. O primeiro periódico tem um viés de engenharia de produção, o segundo de biblioteconomia (ciência da informação) e o terceiro um viés de administração.

Como exemplo, vejam o artigo publicado na RAE sobre dificuldades no uso de TI.

Interessante notar a ausência, na minha lista, da visão de ciência da computação. Explicarei isso
em outra nota.

Biblioteca digital é uma ótima idéia. Melhor ainda se tiver acesso livre. Pense sobre isso.

sexta-feira, maio 12, 2006

O Uso de RFID em Sistemas de Informação

Novas tecnologias surgem a todo instante. Uma delas que em breve estaremos ouvindo bastante é RFID.

A sigla quer dizer Radio Frequency Identification, ou seja sistemas de rádio que trasmitem identificação. Essa tecnologia em si não é nova, já vem sendo usada em várias aplicações, como por exemplo, para evitar que veículos precisem parar no pedágio.

Como funciona isso? Vamos ver o caso simples do pedágio. Na praça do pedágio existe um leitor RFID que através de sua antena lê a etiqueta do carro que está passando. Algumas etiquetas RFID tem fonte de energia própria, outras recebem sua energia do leitor de RFID.

O que isso tem a ver com Sistemas de Informação?

Um assunto que vem sendo bastante discutido é o uso de etiquetas RFID em estabelecimentos comerciais para uma maior automação da cadeia de suprimentos.

Já em uso em alguns estabelecimentos para controlar mercadorias de alto valor, ainda apresenta um custo alto para ser difundida e colocada em todos os produtos. Pensa-se que os RFID substituirão as atuais barras de código presentes em cada produto e para isso as empresas estão investindo pesadamente em pesquisa e desenvolvimento.

O uso de etiquetas RFID em produtos oferece novas possibilidades de automação e de uma melhor compreensão do mercado consumidor.

O benefício imediato para grandes lojas de varejo é ter controle real de seu estoque de loja. Isto é, cada produto vendido está apto a dar informações variadas, mas principalmente de sua localização. Ou seja, a loja não só sabe se tem o produto, mas onde ele está, além de outras informações, como a quanto tempo aquele produto está na prateleira. Hoje as informações de saída de estoque só se efetivam quando o produto passa pela leitora ótica do caixa.

Outra vantagem de etiquetas RFID é que elas vão permitir aplicações de mineração de dados muito mais complexas. Por exemplo qual o caminho mais comum de um sabonete desde de que sai de sua prateleira até que chegue no caixa? Será que existe um lugar melhor para colocar-se um determinado produto face a diferentes fatores (tempo na loja, exposição de outros produtos, tempo de escolha entre produtos (um consumidor que compara rótulos)).

Do ponto de vista do arquiteto de sistemas de informação, são várias as novas possibilidades, mas isso requer com que novas tecnologias sejam integradas a gama de tecnologias já em uso nas redes de grandes lojas. As tecnologias RFID já estão sendo disponibilizadas por vários fornecedores e nelas estarão embutidos sistemas de software que deverão ser integrados aos sistemas de gerenciamento da cadeia de suprimentos (veja nota anterior). Alguns fornecedores de pacotes para gerência da cadeia de suprimentos já tem modúlos para recebimento de dados de leitoras RFID.

Um lugar para mais informações é o RFID Journal, mas é em Inglês. No Wikipedia existe uma tradução da materia principal dessa revista. Algumas matérias já foram publicadas em revistas do ramo (veja por exemplo, aqui).

A idéia dessa nota surgiu após a leitura do
artigo Enabling RFID in Retail
na revista IEEE Computer de Março de 2006.

p.s. Vejam esse artigo na Microsoft de Javed Sikander. Já está em Português e me pareceu bastante didático. Claro, é centrado nos produtos da empresa, e sabemos que existem também outros fornecedores.

segunda-feira, maio 01, 2006

Sistemas de Informação e Engenharia de Software, o Elo Gerencial

Em 1991, escrevi um artigo sobre a diferença entre Sistemas de Informação e Engenharia de Software.

Nele dizia:

Os limites entre Sistemas de Informação e Engenharia de Software geralmente não são claros para os profissionais que atuam na área de Informática. Há razão para isso. As principais se relacionam principalmente a cultura de processamento de dados ainda presente em várias organizações, além do próprio entendimento de Sistemas de Informação e de Engenharia de Software. Nosso artigo proporá uma distinção entre as áreas de Sistemas de Informação e de Engenharia de Software no contexto de organizações que se utilizam de sistemas computacionais como apoio às suas atividades. Em particular, centraremos nossa atenção no papel do gerente em cada área, e em particular na tarefa de integração das duas áreas em causa.

(Anais do XXIV Congresso Nacional de Informática, Sucesu, 1991, pags. 98-106
Sistemas de Informação e Engenharia de Software, o Elo Gerencial)

Claro, se escreve hoje, algumas coisas seriam diferentes. No entanto, creio que ainda é bem atual. Se duvida, leia-o.

Comentários, como sempre, são bem vindos.

quarta-feira, abril 26, 2006

XML - Viabilizando Cadeia de Suprimentos

Uma das mais importantes tecnologias em Sistemas de Informação é XML(EXntensible Markup Language - Linguagem de Marcação Extensível).

XML é oriunda de um padrão internacional para descrição de documentos chamada SGML. É uma meta-linguagem, isto é serve para que você possa definir sua própria linguagem, portanto muito útil para descrever formulários e guarda-los eletronicamente.

O fato é que a XML, por ser simples, tornou-se um padrão mundial e passou a ser adotada em uma série de situações:
1) para definir uma configuração de software,
2) para padronizar trocas de mensagens,
3) para descrever formulários com informações de cliente e fornecedor,
4) para descrever modelos de arquitetura (por exemplo diagrama de classes),
5) para organizar textos (contéudo) em sistemas de informação de referência, isto é para organizar informações divulgadas na rede (internet).

A lista acima não pretende ser exaustiva, mas apenas para dar uma vaga idea da dimensão de uso da XML.

Uma realidade é que desde quando a XML passou a ser adotada, por volta de 1998, o crescimento do seu uso foi espantoso. Hoje, até os sistemas de informação de jornais e revistas estão codificando seu conteúdo em XML.

Porque isso ocorreu? Porque o crescimento do uso da internet fez surgir a necessidade de que diferentes pontos da rede pudessem trocar informação. Para trocar informação, o ideal é que se tenha uma forma de fazer isso. A XML foi gradativamente sendo adotada em várias situações onde os requisitos de comunicação, portabilidade, facilidade de acesso e flexibilidade eram importantes.

Das definições, que são muitas, existentes na rede eu particularmente gosto da dada pela Sun:
"Extensible Markup Language (XML) is a cross-platform, extensible, and text-based standard for representing data. It is also a key technology in the development of Web services." Ela refere-se para o que já tinha escrito acima e aponta para o futuro ao indicar os sistemas de informação hoje conhecidos como "Web Services" (que será tema de outra postagem).

Aprender XML é fundamental. Indico a escola da W3. Entendo que é a melhor fonte, mas leia o fim da página: "W3Schools provides material for training only. We do not warrant the correctness of its contents". Apesar disso, é uma ótima fonte de conhecimento e bastante útil para o auto aprendizado.

Para os que preferem o Português, vejam as páginas do Grupo de Usuários Java e no portal , mas o material oficial é o que foi apontado acima.

Veja o título dessa nota. Nele existe uma referência a Cadeia de Suprimentos (veja dois artigos: um da FGV/Ebape e outro publicado no periódico Gestão & Produção).

Esse termo é também muito utilizado em Tecnologias da Informação para denotar Sistemas de Informação que tratam da integração entre clientes e fornecedores. Normalmente esse Sistemas são criados por organizações clientes que o usam para gerir o ciclo de reposição de suas matérias primas. Esses sistemas, quando bem arquitetados, possibilitam um forte acoplamento entre os processos da organização cliente e os processos da organizações fornecedoras. Esse tipo de sistema é fundamental no uso de uma estratégia "just in-time".

Bom, mas por que escrevi sobre XML e a Cadeia de Suprimentos?

Essa nota está relacionada a recente leitura do livro "O Mundo é Plano: Uma breve história do século XXI" escrito pelo jornalista Thomas L. Friedman. O livro reune uma série de observações desse jornalista que tem um ponto de observação bastante favorável: é um dos principais colunistas do New York Times e que portanto tem acesso a pessoas que desempenham papel importante no mundo atual. Nesse livro o jornalista elenca uma série de forças que levam a que o mundo seja cada vez mais globalizado. Uma das forças é o que ele chama de "Softwares de Fluxo de Trabalho" (como traduzido na edição brasileira). Pois bem; XML é uma das tecnologias chave que propocinou com que organizações hoje distribuam trabalho ou comuniquem-se com seus fornecedores, que como estão ligados a um mundo virtual (rede) são uma força consideravel para o que Friedman chama de achatamento do mundo.

No entanto, o XML ainda apresenta uma série de problemas sob a ótica da automação dos fluxos de trabalho. Sua representação é fortemente baseada na sintaxe e com isso ainda não está preparada para que possamos utilizar software mais inteligentes no trato dessas comunicações entre empresas. Estudos apontam que o XML seja substituído no futuro por linguagens mais poderosas, com um viés de ontologia, como por exemplo o OWL (outro ponto que trataremos futuramente).

quinta-feira, abril 20, 2006

Um Exemplo de Sistema de Informação do tipo Referência

Biblioteca virtual do MEC oferece acesso gratuito a quase 10 mil periódicos
(Globo On line, Quinta-feira, 20 de abril de 2006)

Nessa reportagem, o jornal O Globo menciona o portal Capes que vem prestando
um excelente serviço de divulgação (um sistema de informação de referência) de informações científicas.
A reportagem menciona, que, apesar do uso ser de volume razoável (1, 3 milhões de visitas por mês), apenas 181 instituições brasileiras podem ter acesso (principalmente universidades).

Na verdade, o portal Capes é um bom exemplo de portal, isto é um congregador de elos para uma série de recursos. Esse portal disponibiliza acesso as chamadas "bibliotecas digitais" que hoje disponibilizam, na rede, uma quantidade impressionante de obras, principalmente de divulgação científica, mas não restrita a apenas esse tipo de obra.

No caso especifíco do portal Capes é predominante os elos para bibliotecas digitais de divulgação científica. Essas bibliotecas cobram o acesso, e que , menciona a reportagem, o total ano é da ordem de 80 milhões de reais. Um importante investimento para que o acesso a informação científica seja disseminado nas instituições de pesquisa do país.

No entanto, vale notar, na reportagem, um comentário feito por um pesquisador da área jurídica. Esse pesquisador reclama da predominância de material na língua inglesa e a falta de material em outros idiomas como o francês, o alemão e o italiano.

Concordo e vou além: porque não privelegiar também o acesso a material em Português e Espanhol? Bom esse tópico é bem mais complexo e fica para outra nota.

Estou aproveitando esse registro na impressa para lembrar da importância do uso de citações. Com o acesso simplificado a fonte de informação, cresce a necessidade de termos consciência sobre o uso de citações.

Utilizar citações é sinal de boa educação e evita que, por engano, estejamos plagiando alguem. Vejam o que escrevi sobre esse tema em outro forum.

domingo, abril 09, 2006

Um breve resumo sobre Teoria Geral dos Sistemas

Um conceito fundamental para que se possa trabalhar com sistemas complexos é a Teoria Geral dos Sistemas (TGS).

Karl Ludwig von Bertallanffy, um biólogo, objetivou, ao propor a TGS, produzir um arcabouço teórico no qual diferentes conhecimentos poderiam ser integrados.

A noção de sistemas e subsistemas pode ser considerada, hoje, como senso comum. No entanto, através de um melhor conhecimento das características básicas de um sistema, de seus pontos fundamentais e da natureza dos sistemas podemos melhor utilizar esse ferramental indispensável para entendimento e modelagem de sistemas complexos.

A área de Sistemas de Informação foi fortemente influenciada pelos conceitos de TGS. A grande maioria dos livros de SI trata inicialmente dos conceitos de TGS. Como exemplo, citamos dois livros pioneiros: um da escola americana ( Management Information Systems, Davis, G) e outro da escola sueca (Teoria de los Sistemas de Informacion, Langefors, B (edição da editora El Ateneo, Buenos Aires)).

Nossa interpretação de TGS aponta para os seguintes pontos chaves.

1. Definição:
“Um conjunto de partes inter-relacionadas que trabalham na direção de um objetivo.”
2. Contextualização:
“Todo sistema é um sub-sistema de um sistema maior”
3. Classificação:
“Os sistemas podem ser classificados quanto à sua: natureza (natural, artificial) , origem (concreto, abstrato) e tipo (aberto, fechado).”
4. Características Básicas:
“Os sistemas têm propósito, são afetados pela globalidade e sofrem os efeitos tanto da entropia como da homeostase”.
5. Conceitos fundamentais:

a. Limites:
Talvez esse seja um dos
pontos mais difíceis de ser definido, isto é
qual a fronteira de um sistema? Como
delimitar o que está dentro ou fora do sistema.
b. Interfaces:
A maneira como
os subsistemas se relacionam através de entradas e
saídas.
c. Pontos de Vista:
Todo sistema pode ser entendido ou observado de diferentes ângulos ou pontos de vista. A TGS considera que um sistema pode ser influenciado
por pontos de vista.
d. Nível de Abordagem (abstração):
Todo sistema tem um nível de detalhe. O
importante é assegurar que o
nível de detalhe utilizado é condizente
com o propósito do sistema.
e. Hierarquia:
A pedra fundamental da TGS na luta com a complexidade. A
idéia de
dividir um problema grande (sistema) em problemas menores
(subsistemas) é
intrínseca a idéia de sistemas.

No emprego da TGS para a modelagem de sistemas a gerência da
complexidade é fundamental. Diante da complexidade, é comum
aplicarmos a máxima atribuída a Cesar “divide et impera”. No entanto ao dividirmos algo complexo em muitas partes, poderemos estar gerando outro problema complexo: a comunicação entre as partes. Tem dúvida? Então faça o seguinte: divida algo em 2, 3, 4, 5, 6, 7 partes. Em cada “divisão” calcule o número máximo de possíveis canais de comunicação. Veja
que a fórmula geral

Número Máximo de Canais de Comunicação=(Número de Partes*(Número de Partes-1))/2.

demonstra que a complexidade é, agora, das comunicações entre as
partes.

Como resolver isso? Simples: utiliza-se o conceito de hierarquia. Divide-se em partes que depois serão divididas novamente em partes. Assumindo-se que numa estrutura hierárquica só há
comunicação entre níveis num mesmo ramo de herança (vertical), cortamos as comunicações horizontais. Portanto hierarquia é a chave da organização
sistêmica.

Em TGS duas métricas: acoplamento e coesão são também
fundamentais para que possamos aquilatar características de um modelo sistêmico.
O acoplamento mede o tipo de trafego do canal de comunicação e a coesão
mede o grau de relacionamento da estrutura interna de uma parte. Em Sistemas de Informação é comum desejarmos uma coesão funcional das partes, chamado de coesão forte e um acoplamento em que trafegam dados simples no canal de comunicação, também chamado de acoplamento fraco.

domingo, abril 02, 2006

Definição de SI (novamente)

Vejam abaixo, o texto extraído do artigo comemorativo dos 10 anos (2001) do Information Systems Journal. Nesse artigo, os editores (David Avison, Guy Fitzgeralde Philip Powell) escrevem sobre a percepção do que é a área e enfatizam uma visão mais holística, diferente da visão inicial, presa a aspectos tecnológicos. Essa nota é para lembrar o que já tinha afirmado anteriormente, ou seja, a área de sistemas de informação está estreitamente ligada a aspectos sociais.

"It is now generaly accepted that the information systems world is one where
human, social and organizational factors are as important as the
technological. Curricula are much broader thant the early curricula, which
emphasized technological aspects. IS is well established in management
schools and also in computing departaents, and IS now has some departments to
call its own"

sábado, abril 01, 2006

Uso da UML

UML (Unified Modeling Language) é uma tecnologia de modelagem de especificações de software e é considerada, por muitos, como um padrão para a especificação de sistemas orientados a objetos.

Uma das tarefas da gerência de tecnologia, parte da organização de SI (vide nota anterior), é a escolha de tecnologia de modelagem. A UML é uma delas.

Em determinados contextos, por exemplo no contexto universitário, acredita-se que a UML é muito utilizada. Eu tenho minhas reservas quanto a isso, e recentemente fiz uma busca na rede tentando ver se haviam dados sobre o uso de UML. Veja o resumo desses dados em uma nota que publiquei em outro lugar.

Se por acaso você tiver um ponteiro para algum lugar onde existam mais dados sobre o uso de UML, gostaria de recebe-lo, com isso vamos aumentando a lista inicial. Obrigado.

quinta-feira, março 23, 2006

Trilhas de Auditoria

Ontem comentei sobre o tempo de 15 dias para saber quem acessou informações de uma conta.
Na nota anterior fiz referência ao Globo Online.

Agora acabo de ler uma reportagem (O PAÍS Rio, 23 de março de 2006 - Versão impressa -À prova de desculpas - Regina Alvarez) que fala das trilhas mencionadas ontem.

Veja o que diz:
" No início de qualquer operação nos computadores da Caixa, o sistema de segurança registra a identificação do funcionário (login e senha para acessar a rede). Esses dados e a matrícula ficam gravados no sistema, junto com o número da máquina, o tempo de uso e quais operações foram realizadas pelo funcionário.
Todas as informações armazenadas nesse arquivo de logins, um sistema de segurança automático, não podem ser alteradas nem apagadas. Esse sistema só é acessado por um pequeno grupo de funcionários das áreas de auditoria e tecnologia, exatamente para garantir a segurança dos arquivos e preservar o que os técnicos chamam de trilha de auditoria, ..."

A reporter procurou funcionários da Caixa, que foram as fontes de informação para o texto acima.

Ótimo exemplo de reportagem!

quarta-feira, março 22, 2006

Será?

Veja o que acabo de ler no Globo Online:

"A Caixa informou aos senadores da CPI que abriu sindicância com prazo de 15 dias para apurar o caso, mas ressalvou que, sem o original do extrato ou a cópia enviada à revista "Época", será difícil identificar o funcionário que violou o sigilo bancário do caseiro." (21/03/2006 - 21h14mMattoso admite que extrato pode ter saído de dentro da Caixa, diz senadorAlan Gripp - O GloboTV Globo)
O que isso tem a ver com Sistemas de Informação? Um bom exemplo de trilhas de auditoria.
Ou seja, qualquer acesso a uma conta tem que ser registrado em um arquivo de acessos. Veja que quando você pede um extrato ou o seu saldo no banco, este é impresso e além das informações de conta, você tem o terminal e a data/hora da emissão do extrato. Isto é um exemplo de marcas que ficam na trilha. Apesar de não conhecer se existe, ou não, uma norma do Banco Central, assumo, por bom senso, que isso é prática comum a qualquer banco. Se não é, deveria ser.
Claro que todo auditor sabe que trilhas podem ser apagadas, mas isso já é outra coisa.

Ainda sobre Definição de Sistemas de Informação

Descobri esse artigo do Prof. Hoppen que faz um levantamento sobre artigos científicos na década de 90 na área de SI. O artigo apresenta uma análise crítica, sob a ótica do Professor, da situação da pesquisa no país na década passada. Sem entrar no mérito da discussão sobre as críticas ou o processo de análise, o que considero importante é que o artigo ajuda a entender o que vem a ser essa área de estudo. Em particular, chamo a atenção para o Quadro 1 do artigo. Claro, também, é uma fonte de referência bibliográfica.

quinta-feira, março 16, 2006

Afinal, o que vem a ser um Sistema de Informação?

Longe de mim, querer, com uma nota, esclarecer essa questão.

Ao longo do tempo tenho visto uma grande confusão, principalmente no meio acadêmico, sobre o conceito de sistemas de informação.

Minha visão é fruto de uma série de influências, mas poderia dizer que Gordon Davis (citado aqui ao lado) e o Donaldo Souza Dias (Professor da Coppead) foram importantes fontes de informação para a formação de meu ponto de vista sobre a disciplina, enquanto área de estudo. Cabe aqui também fazer menção ao Luiz Carlos Sá Carvalho e ao Sergio Rodrigues Bio autores dos livros que durante muitos anos utilizei como base para meu curso de Sistemas de Informação na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

O ponto fundamental é que, no meu entender, a idéia de sistemas de informação está intimamente ligada a visão de administração e ao papel que estes desempenham numa organização. Portanto "um" sistema de informação é um artefato que serve um determinado propósito dentro de uma organização. Essa é a visão do artefato SI e não da disciplina SI. Veja que para construir um artefato de SI, são várias as especialidades necessárias, inclusive a engenharia de software, mas creio que o foco principal deva ser o ponto de vista organizacional.

Acabo de recuperar um arquivo de 1991 ( Anais do XXIV Congresso Nacional de Informática, Sucesu, 1991, pags. 98-106. Sistemas de Informação e Engenharia de Software, o Elo Gerencial) onde escrevi que a maneira de fazer o diálogo entre SI e a Engenharia de Software eraatravés de um elo gerencial. De certa maneira ainda creio que estava certo, mas claro que, se escrevesse o artigo, hoje, faria alguns ajustes.

Resumindo, o ponto que gosto de salientar, pode ser, acredito eu, resumido na Figura abaixo.


quarta-feira, março 15, 2006

Bem-vindos

"Se você acredita que sistemas de informação custam muito caro, pense no custo de tomar decisões sem informação"
p.s.: a frase é uma adaptação de um ditado popular nos EUA sobre educação