domingo, outubro 09, 2011

As Metáforas de Morgan

Conforme apontamos em outra nota, é fundamental que o profissional de Sistemas de Informação entenda o contexto aonde seus sistemas irão “viver”. Portanto quanto mais o profissional sabe sobre Organizações, maiores serão suas chances de fazer um bom trabalho.


Nessa nota fazemos um resumo do livro do Professor Gareth Morgan. Este livro apresenta uma visão bastante ampla da organização. Ele procura categorizar visões sobre a organização através de uma extensa revisão bibliográfica sobre teoria organizacional. Seu ponto de partida é a análise organizacional feita sobre a ótica das metáforas. Para Morgan metáforas são uma maneira de pensar e uma maneira de ver as coisas. Morgan utiliza-se de 8 metáforas para entender a organização.

1. Organizações como máquinas. Nesse caso, existe uma ênfase na visão onde partes tem um papel bem definido no funcionamento do todo. Nessa metáfora entendemos que a organização opera de uma maneira rotineira, eficiente, confiável e previsível.
2. Organizações como organismos. Nesse caso utiliza-se o conceito de sistemas aberto da biologia. Aqui, preocupa-se com aspectos de adaptação ao meio ambiente, ciclos de vida, os fatores influenciando a saúde organizacional, as diferentes espécies de organização, as relações entre as diferentes espécies e os aspectos de ecologia.
3. Organizações como cérebros. Aqui procura-se ver a organização como capaz de processar informação, aprender e ser inteligente. A palavra chave é a inteligência organizacional que propiciaria a auto-organização para lidar com aspectos de evolução.
4. Organizações como culturas. A organização é vista como baseada em idéias, valores, normas, rituais, e crenças que sustentam a organização como uma realidade construída socialmente, isto é um conjunto de padrões que compartilham um significado comum aos atores organizacionais. Nesse caso organizações são vistas como mini-sociedades, isto é tem cultura própria.
5. Organizações como governos. Diferentes interesses, conflitos, negociação e poder moldam as atividades organizacionais. Organizações vistas como governo podem ter diferentes tipos de estruturas de poder tais como: autocracia, burocracia, tecnocracia, democracia representativa e democracia direta. Essa metáfora ajuda a desmistificar a visão racionalista da organização e dá luz a visão de que existem um jogo político entre os atores organizacionais.
6. Organizações como prisões psíquicas. Aqui se questiona se as organizações não são uma maneira de que pessoas se tornam reféns de seus próprios pensamentos, idéias, crenças e preocupações que são originarias de seu consciente ou inconsciente. De que maneira o indivíduo projeta seus aspectos psíquicos na formação de um ambiente de grupo.
7. Organizações como fluxo, movimento e transformação. Nessa visão Morgan propõe uma visão da organização onde o importante é entender a lógica da mudança, da evolução. Três visões de mudança são apresentadas: a organização como um mecanismo de auto-produção, isto é ela gera a si própria, a organização mudando como reação ao ciclo de retro-alimentação e a mudança vista sob a ótica dialética onde a organização muda face a relação entre fenômenos opostos.
8. Organizações como instrumentos de dominação. Organizações vistas como formas de exploração, isto é como organizações usam seus empregados, seu ambientes (comunidades), e a economia mundial para atingir sues próprios objetivos. Nesse caso a essência da organização estaria no processo de dominação onde um grupo de pessoas impõe sua vontade a outros.

A Taxonomia de Prestes Motta no Estudo das Teorias Administrativas

Para o profissional de sistemas de informação é fundamental o entendimento da organização. Uma maneira de melhor entender a organização é compreender as várias escolas da teoria organizacional. O Professor Fernando Prestes Motta, em seu livro Teoria geral da administração: uma introdução. São Paulo: Pioneira, 1975, faz um trabalho primoroso de abstração ao propor uma taxonomia para o estudo das várias escolas da administração.

O esquema proposto por Prestes é o seguinte:

a) Concepção da Organização,
b) Relações Gerente-Empregado,
c) Sistemas de Incentivos,
d) Concepção da Natureza Humana e
e) Resultados.

A primeira escola é a administração científica de Taylor e Fayol. Nela temos as seguintes instanciações para a taxonomia geral:

a) Organização Formal.
b) Identidade de Interesses.
c) Incentivos Monetários.
d) Homo Economicus (ser racional que procura maximizar resultados).
e) Resultados Máximos.

A segunda escola é a de relações humanas de Mayo e Follet. Nessa visão temos as seguintes instanciações para a taxonomia geral:

a) Organização Informal (impossibilidade de redução do indivíduo ao esquema mecanicista).
b) Identidade de Interesses.
c) Incentivos Psicossociais
d) Homo Social (não mecanicista, é condicionada pelo social e biológico. Aqui tem importância as necessidades do indivíduo: segurança, afeto, aprovação social, prestígio e auto-realização).
e) Resultados Máximos.

A terceira escola é o behaviorismo de Simon e Barnard. Nela temos as seguintes instanciações para a taxonomia geral:

a) Sistema Cooperativo Racional
b) Conflito Possível e Negociável (análise das decisões)
c) Incentivos Mistos.
d) Homem Administrativo (reconhece a importância da racionalidade, mas rejeita o modelo da Administração Científica. Apresenta a dimensão humana como uma combinação de sentimentos e motivos. Lida com a propriedade da adaptabilidade, com tomada de decisão, mesmo as não racionais e com o princípio de autoridade).
e) Resultados Satisfatórios.

A quarta escola é o estruturalismo de Weber, onde o formalismo da burocracia procura documentar as estruturas de poder. Nela temos as seguintes instanciações para a taxonomia geral:

a) Sistema social deliberadamente construído.
b) Conflitos inevitáveis e muitas vezes desejáveis (o conflito é um processo fundamental).
c) Incentivos Mistos.
d) Homo Organizacional (homem dependente das organizações, flexibilidade, resistência a frustração, adiamento de recompensas, desejo permanente de realização).
e) Resultados Máximos.

A quinta escola é a da teoria geral dos sistemas, onde sobressai o trabalho de Katz and Kahn. Nela temos as seguintes instanciações para a taxonomia geral:

a) Sistema aberto.
b) Conflito de papéis (fatores organizacionais (estrutura organizacional, especialização funcional, sistema formal de recompensa), fatores de personalidade, relações interpessoais)
c) Incentivos Mistos.
d) Homo Funcional (expectativa quanto ao papel (cargo), comportamento do papel, inclusão parcial do homem, comportamento natural. A organização é vista em termos de comportamentos inter-relacionados.).
e) Resultados Máximos.

domingo, abril 10, 2011

Congresso de Engenharia de Software -- 27 a 29 de Abril

Uma das áreas afins à Sistemas de Informação é a área de Engenharia de Software, responsável por fornecer métodos, técnicas e ferramentas para a construção de software. Para o sucesso de um Sistema de Informação é essencial que seu software de apoio tenha sido construído com bases sólidas, daí a importância da Engenharia de Software.


Em Abril de 2011 será realizado o Congresso CIbSE 2011 no Rio de Janeiro.

Se você tem interesse em aprender mais sobre essa importante área do conhecimento o CIbSE 2011 é uma dessas raras oportunidades. Em especial o Congresso terá cursos rápidos sobre importantes temas na construção de software.