sábado, julho 22, 2006

Organização Federativa de Sistemas de Informação

O título acima é de um artigo que escrevi em 1994 e que está publicado na revista BateByte da Celepar.

E por que ressucitar um artigo escrito em 1994?

A razão é que o problema de integração é perene.

Vejam por exemplo o recente problema, grave, ocorrido no FBI em relação ao sistema de informação "Virtual Case File". Num artigo na Spectrum, Harry Goldstein diz:

"Now, detailed interviews with people directly involved with the VCF paint a picture of an enterprise IT project that fell into the most basic traps of software development, from poor planning to bad communication." (entrevistas com participantes do projeto apontam que armadilhas comuns em TI, como falta de planejamento e falta de comunicação ocorreram)
Muitos dos problemas que ainda persistem em SI acontecem face à falta de entendimento de que estes são sistemas complexos e que envolvem não só aspectos técnicos. Diz o artigo de 1994:
"Um sistema de informação não é como muitos acreditavam e, infelizmente, alguns ainda acreditam, um sistema puramente técnico. A visão tecnicista, oriunda, principalmente, do enfoque racional tecnológico da maioria dos gerentes responsáveis pela função de processamento de dados, detecta um sistema de informação como meramente uma obra de engenharia. Nada mais longe da realidade."
Na verdade Sistemas de Informação devem ficar atentos para aspectos sociais. A proposta
de organização federativa é uma alternativa, de origem social, que procura evitar problemas de integração de grandes sistemas.

Hoje com sistemas do tipo Web e com servidores cada vez mais pontentes, volta-se novamente a sonhar-se com sistemas centralizados e totalmente integrados. Vale o que está escrito acima: tecnologia só não resolve.

Voltarei a esse tema, principalmente sob a ótica de centralização / descentralização em Sistemas de Informação.

sábado, julho 15, 2006

"Piloto de Word"

Durante debates do WER 2006, uma frase chamou minha atenção: “piloto de Word”.

Creio que foi a Susana Oliveira quem usou esse termo, que teria sido cunhado por profissionais que trabalham no nível de implementação. Seu uso por parte da comunidade parece ter um viés depreciativo, no sentido de que esse profissional ( o piloto) seria menos capacitado em aspectos tecnológicos.

A frase surgiu no contexto de uma discussão sobre profissionais recém formados e que fazem concurso público. Foi observado, por alguns participantes, que esses profissionais têm um perfil muito voltado para as tecnologias de implementação e enfrentam sérios problemas quando têm que lidar com requisitos de software.

São várias, as razões dessa visão, equivocada, por parte dos profissionais com o perfil mais tecnológico e com pouca experiência em sistemas de informação. A principal razão é a falta de entendimento por parte da alta gerência da importância de processos bem definidos para que o software seja planejado adequadamente. Outra forte razão é a falta da disseminação do conhecimento sobre a engenharia de requisitos.

O “Word”, da frase título, está presente porque ainda é muito pouco difundido o uso de tecnologias de engenharia de requisitos, o que faz com que muitos profissionais que trabalham com a definição de software (também conhecidos como analistas de negócio ou analistas de sistemas) não utilizem infra-estrutura adequada para o registro e acompanhamento de requisitos (também conhecido como gerência de requisitos) e acabem usando apenas editores de texto para registrar requisitos.

As tecnologias de engenharia de requisitos são pouco utilizadas porque, como dito acima, falta disseminação (educação) sobre a matéria e porque a maioria das ferramentas de mercado exige alto investimento, não só financeiros, mas também humanos; principalmente, porque a grande maioria delas é descrita/escrita em línguas estrangeiras.

O tema de transferência de tecnologia na área de engenharia de requisitos é um tema que vem sendo discutido internacionalmente. Se quiser saber mais sobre isso; veja um texto sobre a ótica de transferência de tecnologia e/ou um texto sobre a ótica de engenharia de requisitos.

Se quiser deixar sua opinião nos comentários: seja bem-vindo.

p.s. Quer aprender mais sobre engenharia de requisitos? Então consulte a biblioteca de acesso livre do Workshop de Engenharia de Requisitos, ou leia o livro Perspectives on Software Requirements.

terça-feira, julho 04, 2006

Adicione ao seu Delicious (Salvar no Delicious)

Acabei de postar um novo elo com o título acima.

O que é isso?

O delicious é um serviço de marcação. Forneci uma explicação inicial no meu primeiro comentário em Amazing.

Vou tentar ser mais didático, mesmo porque o Delicious ainda têm sua interface em Inglês.

O que é um serviço de marcação? É um serviço que permite com que suas páginas preferidas na rede sejam mantidas em um repósitorio e que sejam etiquetadas ou marcadas com palavras chave de sua preferência. É semelhante ao "Favoritos" do seu navegador, mas com uma grande diferença, que são justamente os marcadores ou etiquetas.

Sim, e daí?

Bom, a marcação pode ser uma importante ferramenta para que as informações da rede sejam arrumadas de acordo com o frêgues. Explico: você tem o poder de, ao guardar sua página favorita, marca-la com as palavras (que você pode inventar!) que lhe vierem a cabeça. Você também pode fazer com que todos que acessem o delicious possam ver seus favoritos e possam ver os marcadores que você utilizou.

Moral da história: quanto mais pessoas tenham marcado determinadas páginas com marcadores iguais (vejam que aqui não há uma imposição, mas essa igualdade virá democraticamente) mais fácil será para que se possa achar informação na rede que todos atribuem importância. Vejam um artigo de Shirky (em Inglês) sobre o assunto.

Em Inglês, esse tipo de software tem sido chamado de Social Software ou Software Social.

Vejam meus marcadores.

domingo, julho 02, 2006

As 4 grandes firmas

O mercado de sistemas de informação foi e é muito influenciado pelas grandes firmas de consultoria.

Essas firmas que na década de 80 eram 8 grandes firmas, por uma série de fusões acabaram tornando-se 5 na década de 90 e hoje são 4.

São elas: PWC, Deloitte, KPMG e Ernst&Young.

Essas firmas surgiram fornecendo serviços de auditoria contábil, e seu crescimento confunde-se com o crescimento das grandes organizações industriais e de serviços. Cresceram porque seus serviços são vistos como um selo de qualidade. São hoje grandes corporações e estão espalhadas pelo mundo todo.

Como as organizações cresceram e os sistemas de informação tornaram-se uma necessidade fundamental, essas grandes firmas foram criando áreas de especialização em sistemas de informação. Tanto foi assim que algumas delas criaram diferentes firmas para cuidarem especialmente desse mercado.

A primeira a fazer isso foi a Andersen, criando a Andersen Consulting, hoje com o nome de Accenture. No entanto a Andersen, que era uma das 5 grandes em 90, acabou. Acabou porque estava relacionada aos problemas da Enron e seu fim trouxe grande preocupação à indústria.

Além das 4 listadas acima e da Accenture, também são grandes as empresas CapGemini e a Bearing Point (essa criada a partir da KPMG).

De maneira geral, essas empresas são seguidoras de tendências no que se refere à tecnologia de informação, e de certa maneira são conservadoras na proposta de soluções. No entanto, com a separação por unidades de negócio e na formação de firmas orientadas ao mercado de TI espera-se que essas empresas possam ser mais inovadoras no uso da tecnologia.

De qualquer maneira, visitar os sítios indicados acima é uma boa maneira de saber o que este tipo de organização vem oferecendo ao mercado de sistemas de informação.