domingo, abril 09, 2006

Um breve resumo sobre Teoria Geral dos Sistemas

Um conceito fundamental para que se possa trabalhar com sistemas complexos é a Teoria Geral dos Sistemas (TGS).

Karl Ludwig von Bertallanffy, um biólogo, objetivou, ao propor a TGS, produzir um arcabouço teórico no qual diferentes conhecimentos poderiam ser integrados.

A noção de sistemas e subsistemas pode ser considerada, hoje, como senso comum. No entanto, através de um melhor conhecimento das características básicas de um sistema, de seus pontos fundamentais e da natureza dos sistemas podemos melhor utilizar esse ferramental indispensável para entendimento e modelagem de sistemas complexos.

A área de Sistemas de Informação foi fortemente influenciada pelos conceitos de TGS. A grande maioria dos livros de SI trata inicialmente dos conceitos de TGS. Como exemplo, citamos dois livros pioneiros: um da escola americana ( Management Information Systems, Davis, G) e outro da escola sueca (Teoria de los Sistemas de Informacion, Langefors, B (edição da editora El Ateneo, Buenos Aires)).

Nossa interpretação de TGS aponta para os seguintes pontos chaves.

1. Definição:
“Um conjunto de partes inter-relacionadas que trabalham na direção de um objetivo.”
2. Contextualização:
“Todo sistema é um sub-sistema de um sistema maior”
3. Classificação:
“Os sistemas podem ser classificados quanto à sua: natureza (natural, artificial) , origem (concreto, abstrato) e tipo (aberto, fechado).”
4. Características Básicas:
“Os sistemas têm propósito, são afetados pela globalidade e sofrem os efeitos tanto da entropia como da homeostase”.
5. Conceitos fundamentais:

a. Limites:
Talvez esse seja um dos
pontos mais difíceis de ser definido, isto é
qual a fronteira de um sistema? Como
delimitar o que está dentro ou fora do sistema.
b. Interfaces:
A maneira como
os subsistemas se relacionam através de entradas e
saídas.
c. Pontos de Vista:
Todo sistema pode ser entendido ou observado de diferentes ângulos ou pontos de vista. A TGS considera que um sistema pode ser influenciado
por pontos de vista.
d. Nível de Abordagem (abstração):
Todo sistema tem um nível de detalhe. O
importante é assegurar que o
nível de detalhe utilizado é condizente
com o propósito do sistema.
e. Hierarquia:
A pedra fundamental da TGS na luta com a complexidade. A
idéia de
dividir um problema grande (sistema) em problemas menores
(subsistemas) é
intrínseca a idéia de sistemas.

No emprego da TGS para a modelagem de sistemas a gerência da
complexidade é fundamental. Diante da complexidade, é comum
aplicarmos a máxima atribuída a Cesar “divide et impera”. No entanto ao dividirmos algo complexo em muitas partes, poderemos estar gerando outro problema complexo: a comunicação entre as partes. Tem dúvida? Então faça o seguinte: divida algo em 2, 3, 4, 5, 6, 7 partes. Em cada “divisão” calcule o número máximo de possíveis canais de comunicação. Veja
que a fórmula geral

Número Máximo de Canais de Comunicação=(Número de Partes*(Número de Partes-1))/2.

demonstra que a complexidade é, agora, das comunicações entre as
partes.

Como resolver isso? Simples: utiliza-se o conceito de hierarquia. Divide-se em partes que depois serão divididas novamente em partes. Assumindo-se que numa estrutura hierárquica só há
comunicação entre níveis num mesmo ramo de herança (vertical), cortamos as comunicações horizontais. Portanto hierarquia é a chave da organização
sistêmica.

Em TGS duas métricas: acoplamento e coesão são também
fundamentais para que possamos aquilatar características de um modelo sistêmico.
O acoplamento mede o tipo de trafego do canal de comunicação e a coesão
mede o grau de relacionamento da estrutura interna de uma parte. Em Sistemas de Informação é comum desejarmos uma coesão funcional das partes, chamado de coesão forte e um acoplamento em que trafegam dados simples no canal de comunicação, também chamado de acoplamento fraco.

Um comentário:

julio cesar sampaio do prado leite disse...

Ok. Lucas, vou passar. Sucesso
em seu empreendimento.
jcspl