quarta-feira, abril 26, 2006

XML - Viabilizando Cadeia de Suprimentos

Uma das mais importantes tecnologias em Sistemas de Informação é XML(EXntensible Markup Language - Linguagem de Marcação Extensível).

XML é oriunda de um padrão internacional para descrição de documentos chamada SGML. É uma meta-linguagem, isto é serve para que você possa definir sua própria linguagem, portanto muito útil para descrever formulários e guarda-los eletronicamente.

O fato é que a XML, por ser simples, tornou-se um padrão mundial e passou a ser adotada em uma série de situações:
1) para definir uma configuração de software,
2) para padronizar trocas de mensagens,
3) para descrever formulários com informações de cliente e fornecedor,
4) para descrever modelos de arquitetura (por exemplo diagrama de classes),
5) para organizar textos (contéudo) em sistemas de informação de referência, isto é para organizar informações divulgadas na rede (internet).

A lista acima não pretende ser exaustiva, mas apenas para dar uma vaga idea da dimensão de uso da XML.

Uma realidade é que desde quando a XML passou a ser adotada, por volta de 1998, o crescimento do seu uso foi espantoso. Hoje, até os sistemas de informação de jornais e revistas estão codificando seu conteúdo em XML.

Porque isso ocorreu? Porque o crescimento do uso da internet fez surgir a necessidade de que diferentes pontos da rede pudessem trocar informação. Para trocar informação, o ideal é que se tenha uma forma de fazer isso. A XML foi gradativamente sendo adotada em várias situações onde os requisitos de comunicação, portabilidade, facilidade de acesso e flexibilidade eram importantes.

Das definições, que são muitas, existentes na rede eu particularmente gosto da dada pela Sun:
"Extensible Markup Language (XML) is a cross-platform, extensible, and text-based standard for representing data. It is also a key technology in the development of Web services." Ela refere-se para o que já tinha escrito acima e aponta para o futuro ao indicar os sistemas de informação hoje conhecidos como "Web Services" (que será tema de outra postagem).

Aprender XML é fundamental. Indico a escola da W3. Entendo que é a melhor fonte, mas leia o fim da página: "W3Schools provides material for training only. We do not warrant the correctness of its contents". Apesar disso, é uma ótima fonte de conhecimento e bastante útil para o auto aprendizado.

Para os que preferem o Português, vejam as páginas do Grupo de Usuários Java e no portal , mas o material oficial é o que foi apontado acima.

Veja o título dessa nota. Nele existe uma referência a Cadeia de Suprimentos (veja dois artigos: um da FGV/Ebape e outro publicado no periódico Gestão & Produção).

Esse termo é também muito utilizado em Tecnologias da Informação para denotar Sistemas de Informação que tratam da integração entre clientes e fornecedores. Normalmente esse Sistemas são criados por organizações clientes que o usam para gerir o ciclo de reposição de suas matérias primas. Esses sistemas, quando bem arquitetados, possibilitam um forte acoplamento entre os processos da organização cliente e os processos da organizações fornecedoras. Esse tipo de sistema é fundamental no uso de uma estratégia "just in-time".

Bom, mas por que escrevi sobre XML e a Cadeia de Suprimentos?

Essa nota está relacionada a recente leitura do livro "O Mundo é Plano: Uma breve história do século XXI" escrito pelo jornalista Thomas L. Friedman. O livro reune uma série de observações desse jornalista que tem um ponto de observação bastante favorável: é um dos principais colunistas do New York Times e que portanto tem acesso a pessoas que desempenham papel importante no mundo atual. Nesse livro o jornalista elenca uma série de forças que levam a que o mundo seja cada vez mais globalizado. Uma das forças é o que ele chama de "Softwares de Fluxo de Trabalho" (como traduzido na edição brasileira). Pois bem; XML é uma das tecnologias chave que propocinou com que organizações hoje distribuam trabalho ou comuniquem-se com seus fornecedores, que como estão ligados a um mundo virtual (rede) são uma força consideravel para o que Friedman chama de achatamento do mundo.

No entanto, o XML ainda apresenta uma série de problemas sob a ótica da automação dos fluxos de trabalho. Sua representação é fortemente baseada na sintaxe e com isso ainda não está preparada para que possamos utilizar software mais inteligentes no trato dessas comunicações entre empresas. Estudos apontam que o XML seja substituído no futuro por linguagens mais poderosas, com um viés de ontologia, como por exemplo o OWL (outro ponto que trataremos futuramente).

quinta-feira, abril 20, 2006

Um Exemplo de Sistema de Informação do tipo Referência

Biblioteca virtual do MEC oferece acesso gratuito a quase 10 mil periódicos
(Globo On line, Quinta-feira, 20 de abril de 2006)

Nessa reportagem, o jornal O Globo menciona o portal Capes que vem prestando
um excelente serviço de divulgação (um sistema de informação de referência) de informações científicas.
A reportagem menciona, que, apesar do uso ser de volume razoável (1, 3 milhões de visitas por mês), apenas 181 instituições brasileiras podem ter acesso (principalmente universidades).

Na verdade, o portal Capes é um bom exemplo de portal, isto é um congregador de elos para uma série de recursos. Esse portal disponibiliza acesso as chamadas "bibliotecas digitais" que hoje disponibilizam, na rede, uma quantidade impressionante de obras, principalmente de divulgação científica, mas não restrita a apenas esse tipo de obra.

No caso especifíco do portal Capes é predominante os elos para bibliotecas digitais de divulgação científica. Essas bibliotecas cobram o acesso, e que , menciona a reportagem, o total ano é da ordem de 80 milhões de reais. Um importante investimento para que o acesso a informação científica seja disseminado nas instituições de pesquisa do país.

No entanto, vale notar, na reportagem, um comentário feito por um pesquisador da área jurídica. Esse pesquisador reclama da predominância de material na língua inglesa e a falta de material em outros idiomas como o francês, o alemão e o italiano.

Concordo e vou além: porque não privelegiar também o acesso a material em Português e Espanhol? Bom esse tópico é bem mais complexo e fica para outra nota.

Estou aproveitando esse registro na impressa para lembrar da importância do uso de citações. Com o acesso simplificado a fonte de informação, cresce a necessidade de termos consciência sobre o uso de citações.

Utilizar citações é sinal de boa educação e evita que, por engano, estejamos plagiando alguem. Vejam o que escrevi sobre esse tema em outro forum.

domingo, abril 09, 2006

Um breve resumo sobre Teoria Geral dos Sistemas

Um conceito fundamental para que se possa trabalhar com sistemas complexos é a Teoria Geral dos Sistemas (TGS).

Karl Ludwig von Bertallanffy, um biólogo, objetivou, ao propor a TGS, produzir um arcabouço teórico no qual diferentes conhecimentos poderiam ser integrados.

A noção de sistemas e subsistemas pode ser considerada, hoje, como senso comum. No entanto, através de um melhor conhecimento das características básicas de um sistema, de seus pontos fundamentais e da natureza dos sistemas podemos melhor utilizar esse ferramental indispensável para entendimento e modelagem de sistemas complexos.

A área de Sistemas de Informação foi fortemente influenciada pelos conceitos de TGS. A grande maioria dos livros de SI trata inicialmente dos conceitos de TGS. Como exemplo, citamos dois livros pioneiros: um da escola americana ( Management Information Systems, Davis, G) e outro da escola sueca (Teoria de los Sistemas de Informacion, Langefors, B (edição da editora El Ateneo, Buenos Aires)).

Nossa interpretação de TGS aponta para os seguintes pontos chaves.

1. Definição:
“Um conjunto de partes inter-relacionadas que trabalham na direção de um objetivo.”
2. Contextualização:
“Todo sistema é um sub-sistema de um sistema maior”
3. Classificação:
“Os sistemas podem ser classificados quanto à sua: natureza (natural, artificial) , origem (concreto, abstrato) e tipo (aberto, fechado).”
4. Características Básicas:
“Os sistemas têm propósito, são afetados pela globalidade e sofrem os efeitos tanto da entropia como da homeostase”.
5. Conceitos fundamentais:

a. Limites:
Talvez esse seja um dos
pontos mais difíceis de ser definido, isto é
qual a fronteira de um sistema? Como
delimitar o que está dentro ou fora do sistema.
b. Interfaces:
A maneira como
os subsistemas se relacionam através de entradas e
saídas.
c. Pontos de Vista:
Todo sistema pode ser entendido ou observado de diferentes ângulos ou pontos de vista. A TGS considera que um sistema pode ser influenciado
por pontos de vista.
d. Nível de Abordagem (abstração):
Todo sistema tem um nível de detalhe. O
importante é assegurar que o
nível de detalhe utilizado é condizente
com o propósito do sistema.
e. Hierarquia:
A pedra fundamental da TGS na luta com a complexidade. A
idéia de
dividir um problema grande (sistema) em problemas menores
(subsistemas) é
intrínseca a idéia de sistemas.

No emprego da TGS para a modelagem de sistemas a gerência da
complexidade é fundamental. Diante da complexidade, é comum
aplicarmos a máxima atribuída a Cesar “divide et impera”. No entanto ao dividirmos algo complexo em muitas partes, poderemos estar gerando outro problema complexo: a comunicação entre as partes. Tem dúvida? Então faça o seguinte: divida algo em 2, 3, 4, 5, 6, 7 partes. Em cada “divisão” calcule o número máximo de possíveis canais de comunicação. Veja
que a fórmula geral

Número Máximo de Canais de Comunicação=(Número de Partes*(Número de Partes-1))/2.

demonstra que a complexidade é, agora, das comunicações entre as
partes.

Como resolver isso? Simples: utiliza-se o conceito de hierarquia. Divide-se em partes que depois serão divididas novamente em partes. Assumindo-se que numa estrutura hierárquica só há
comunicação entre níveis num mesmo ramo de herança (vertical), cortamos as comunicações horizontais. Portanto hierarquia é a chave da organização
sistêmica.

Em TGS duas métricas: acoplamento e coesão são também
fundamentais para que possamos aquilatar características de um modelo sistêmico.
O acoplamento mede o tipo de trafego do canal de comunicação e a coesão
mede o grau de relacionamento da estrutura interna de uma parte. Em Sistemas de Informação é comum desejarmos uma coesão funcional das partes, chamado de coesão forte e um acoplamento em que trafegam dados simples no canal de comunicação, também chamado de acoplamento fraco.

domingo, abril 02, 2006

Definição de SI (novamente)

Vejam abaixo, o texto extraído do artigo comemorativo dos 10 anos (2001) do Information Systems Journal. Nesse artigo, os editores (David Avison, Guy Fitzgeralde Philip Powell) escrevem sobre a percepção do que é a área e enfatizam uma visão mais holística, diferente da visão inicial, presa a aspectos tecnológicos. Essa nota é para lembrar o que já tinha afirmado anteriormente, ou seja, a área de sistemas de informação está estreitamente ligada a aspectos sociais.

"It is now generaly accepted that the information systems world is one where
human, social and organizational factors are as important as the
technological. Curricula are much broader thant the early curricula, which
emphasized technological aspects. IS is well established in management
schools and also in computing departaents, and IS now has some departments to
call its own"

sábado, abril 01, 2006

Uso da UML

UML (Unified Modeling Language) é uma tecnologia de modelagem de especificações de software e é considerada, por muitos, como um padrão para a especificação de sistemas orientados a objetos.

Uma das tarefas da gerência de tecnologia, parte da organização de SI (vide nota anterior), é a escolha de tecnologia de modelagem. A UML é uma delas.

Em determinados contextos, por exemplo no contexto universitário, acredita-se que a UML é muito utilizada. Eu tenho minhas reservas quanto a isso, e recentemente fiz uma busca na rede tentando ver se haviam dados sobre o uso de UML. Veja o resumo desses dados em uma nota que publiquei em outro lugar.

Se por acaso você tiver um ponteiro para algum lugar onde existam mais dados sobre o uso de UML, gostaria de recebe-lo, com isso vamos aumentando a lista inicial. Obrigado.