A atuação principal do bacharel em Sistemas de Informação é lidar com a informática no mundo corporativo. Seu constante desafio é saber empregar as tecnologias de informação ao contexto organizacional de forma eficaz e eficiente.
Portanto, sua atuação caracteriza-se por buscar uma sintonia entre uma infinidade de possíveis soluções de tecnologia e seu uso adequado numa organização Em função disso há enorme variedade nessa atuação profissional, tanto pelo universo das tecnologias de informação tanto como pelas diferentes características das organizações, que podem ser privadas, públicas, governamentais, não governamentais, reguladoras, internacionais, virtuais entre outras.
As organizações precisam de informações para seu funcionamento adequado. Essas informações são de tipos variados e servem diferentes propósitos.
Listamos abaixo algumas das tarefas que um profissional na área de Sistemas de Informação tem que fazer. É uma tentativa de ater-se, num alto nível de abstração, ao que consideramos as tarefas básicas sob o ponto de vista técnico. Aqui não incluímos os aspectos gerenciais, nem sociais relacionados.
As tarefas básicas são:
Lidar com Clientes (Clientes)
Esse tipo de tarefa exige contato com clientes, isto é com pessoas que querem algum resultado que envolve a informática.
Essas tarefas são particularmente interessantes para aquelas pessoas mais extrovertidas e que gostam de manter contato com outros profissionais. Reuniões e entrevistas são práticas freqüentes nesse tipo de tarefa. Aqui o profissional de informática tem possibilidade de aprender ou aprofundar seus conhecimentos em assuntos não diretamente ligados à informática.
Muitas vezes esse contato pode ser feito externamente a organização onde atua o profissional e pode envolver viagens.
Caso o profissional seja um vendedor ou consultor de empresas fornecedoras de tecnologia, seus clientes serão outros profissionais de informática que desejam algum serviço.
Lidar com Fornecedores (Fornecedores)
Esse tipo de tarefa exige que os profissionais tenham contato com outros profissionais da área, que desempenham funções ou de vendedores ou de consultores.
Essa tarefa exige dos profissionais da organização conhecimento técnico das tecnologias para que a decisão de compra seja a melhor possível. Nessa função é importante também estar pronto para aprender, porque na área de informática é grande a oferta de novos produtos ou serviços.
Muitas vezes é necessário que os profissionais tenham que fazer cursos de atualização para saberem escolher dentre as novas tecnologias. Esse tipo de tarefa exige também um viés empresarial, visto que muitas vezes o profissional pode estar encarregado de negociações. A convivência com consultores é comum na profissão o que aumenta também a oportunidade da aquisição de novos conhecimentos. Nesse tipo de tarefa também é comum o profissional participar de congressos ou feiras ou de visitas a fornecedores.
Vale observar que os pessoas trabalhando como fornecedores podem, também, ser profissionais de informática.
Escrever Documentos Técnicos (Escrever)
Esse tipo de tarefa é a que envolve mais conhecimento técnico. O profissional de informática escreve constantemente. Só que não necessariamente escreve em Português. Ele escreve normalmente em linguagens artificiais, isto é linguagens que tem regras próprias e muitas vezes são bem diferentes do Português ou do Inglês. Típico é escrever no que são chamadas linguagens de programação tais como C, Java, Visual Basic, Delphi, Php entre outras ou em linguagens de definição de texto como XML ou de marcação como Html. Usam-se também linguagens gráficas como a UML ou o MER ou o DFD para organizar o trabalho. Usam-se também linguagens parecidas com linguagens de lógica ou matemática. Claro que, para escrever nessas linguagens o profissional tem que saber lê-las. Essas linguagens são fundamentais, porque auxiliam o profissional na comunicação entre seus pares e auxiliam a comunicação com o computador.
Criar Organizadamente (Criar)
Mas o que escreve o profissional?
Os documentos que o profissional produz são os resultados de seu trabalho. Ele escreve sobre o entendimento do problema, ele escreve sobre as vantagens ou desvantagens de uma tecnologia, ele escreve a especificação de uma nova ou renovada solução de informática, ele escreve o conjunto de programas de computador, ele escreve os manuais, ele escreve as estruturas de dados (organização das informações), ele escreve os procedimentos que a organização usará para lidar com a solução de informática.
Mas é só escrever?
Claro que para escrever o profissional terá que utilizar seus conhecimentos técnicos para criar soluções que sejam condizentes com a organização. Essa criação de soluções necessita criatividade associada com as práticas já consolidadas na profissão.
Usar Conhecimentos Técnicos (Técnicas)
Esse tipo de tarefa pode envolver cálculos simples ou complexos, manipulação de fórmulas complexas, composição de "quebra-cabeças", raciocínio lógico, cálculos lógicos, indução, dedução e capacidade de reconhecer situações onde uma solução já existente pode ser aplicada.
Um matemático famoso, George Poyla, escreveu que, para se solucionar um problema, deve-se: a) entender o problema, b) propor um plano, c) levar o plano adiante e d) conferir o resultado. Esses passos devem ser uma preocupação constante no uso de conhecimentos técnicos.
Informações Adicionais:
Veja, aqui (click), a palestra proferida na PUC-Rio em Abril de 2008.; veja, também, outra nota sobre o tema (onde o modelo SADT é apresentado na versão 1.1).
Veja, aqui, uma lista de currículos de algumas universidades que oferecem o curso de bacharel em sistemas de informação. Ajuda a ter uma idéia do que se precisa estudar, de acordo com cada universidade.
quinta-feira, novembro 29, 2007
O que faz o Profissional de Sistemas de Informação?
Postado por julio cesar sampaio do prado leite às 29.11.07 54 comentários
Marcadores: analista de sistemas, educação sistemas de informação, profissão de informática, profissional de sistemas de informação, tarefas
sábado, novembro 10, 2007
Ética Profissional
A razão dessa nota é o final do Capítulo 8 do livro do Sá Carvalho, que diz:
“Assim, poderíamos, sem grandes pretensões, relacionar alguns itens de uma possível ética profissional do Analista de Sistemas, tal como o entendemos:
1- Trabalhar para a obtenção de benefícios reais, ao nível da empresa e do país, através da elaboração de sistemas de informações úteis, eficazes, que atendam às efetivas necessidades de informações dos usuários, dentro de uma perspectiva de apoio as suas ações concretas no seu meio ambiente; evitar a simples mecanização geradora de desemprego de outros profissionais.
2- Disseminar a informação tecnológica aberta e claramente, traduzindo, para o público leigo, todos os aspectos que, por terem possível influência sobre suas vidas, lhe interessarem; desmistificar permanentemente o jargão e as colocações publicitárias que tendam a transmitir idéias falsas acerca de custos, benefícios e conseqüências práticas da tecnologia sobre a vida das pessoas e das empresas.
3- Manter perfeito sigilo acerca de todas as informações que tiver, por força de sua atividade profissional, acesso, concernentes a pessoas físicas e jurídicas, sua intimidade e interesse diretos.
4- Defender e desenvolver, por todos os meios, a tecnologia nacional adequada e adaptada às necessidades do país, evitando contribuir para a desnacionalização de nossos meios de produção, de nossa economia e, principalmente, de nossa cultura.
5- Não estudar ou projetar sistemas que possam representar prejuízos sociais ou ambientais.” Luiz Carlos de Sá Carvalho (Análise de Sistemas O Outro Lado da Informática, Editora LTC, 1988)
No texto de Sá Carvalho, vemos um viés nacionalista (4), uma preocupação com a privacidade (3), um princípio de preocupação com a transparência (2) e uma preocupação com o meio ambiente (5) e uma preocupação básica com os requisitos (exatidão) (1).
O texto de Sá Carvalho representa uma visão pessoal, sobre ética. Em minha opinião é um texto atual e mantêm os pontos principais de muito dos códigos de ética de entidades profissionais. Claro, sua visão nacionalista pode ser criticada por alguns. Sobre visões sobre ética vale a pena ler um comentário de Frei Betto sobre visões sobre o conceito de ética. Veja também o comentário do Frei Bento sobre ética.
O especialista nesse tópico, no Brasil, é o Professor Masiero da Universidade de São Paulo. É de sua autoria, o livro Ética em Computação da Editora da Universidade de São Paulo, publicado no ano 2000. Dois artigos do Professor Masiero estão disponíveis: um comentando o caso da votação do Senado Federal e outro com uma visão mais ampla sobre a interseção do Direito e da Informática.
De rápida busca na rede coletei uma série de sítios que merecem uma visita. Particularmente, indico um resumo feito pelo Professor Porfirio Barroso Asenjo que faz um estudo de vários códigos de ética, de diferentes países, e confirma quatro pontos básicos já reportados por Mason. Esses pontos são: privacidade, exatidão, propriedade intelectual e facilidade de acesso.
Alguns outros recursos podem ajudar a uma melhor compreensão desse importante tema.
a) Um artigo do Professor Michael Stanton,
b) Um curso da Universidade do Porto (vários elos de interesse),
c) O código de ética do Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), a maior organização profissional do mundo. Em particular é interessante a menção explícita quando ao ato de receber propina, mas não ao ato de oferecer. Afora esse detalhe, creio que o código é conciso e bastante apropriado (Em Inglês),
d) O código de ética da Associação de Computação (ACM) ( Em Inglês), e
e) O código da Ordem dos Engenheiros de Portugal.
Postado por julio cesar sampaio do prado leite às 10.11.07 3 comentários
Marcadores: código de ética, ética, ética profissional sistemasdeinformação éticacomputação códigodeética código de ética, sistemas de informação, sistemas de informação sistemasdeinformação, tecnologia da informação
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