quinta-feira, agosto 31, 2006

Será que TI ainda é um investimento estratégico?

A discussão iniciada em 2003 por Nicholas Carr ainda é bastante atual.

Será que TI é realmente uma "commodity"?

Voltarei a esse tema. Só para iniciar, veja esses endereços abaixo.

1) Um artigo antigo que achei no Google.
2) Uma tradução de artigo da Wharton.
3) Um editorial da Computerworld, versão portuguêsa.

Se por um lado é verdade que TI é, cada vez mais, uma mercadoria e que sua importância é fundamentalmente operacional, creio que é muito forte não pensar no seu uso de forma estratégica.

Veja o caso da Gol. A Gol conseguiu, de maneira incrívelmente rápida, uma participação crescente no mercado de transporte aéreo no Brasil e agora também no mercado latino-americano. Sem querer entrar em detalhes sobre isso, vale frisar que seu sucesso foi obtido com base em 4 pontos chave:

1) frota completamente nova,
2) bilhetagem simplificada,
3) preço sobre demanda, e
3) venda direta, primeiro via telefone e hoje fundamentalmete na Web.

As duas últimas só foram possíveis face a existência de um sistema de informação sintonizado às caractéristicas da empresa. Esse sistema foi fundamental para que a empresa fosse competitiva e ganhasse o mercado na forma que o fez. No entanto, poderia arguir-se que em termos de pesquisa pouco se fez, e que a empresa simplesmente utilizou TI como uma mercadoria, face a variedade de fornecedores de sistemas de reserva. No entanto, se esse sistema não estiver bem sintonizado aos objetivos da empresa ele não será uma arma de competição. No caso específico a TI foi fundamental para o sucesso da Gol.

No entanto, a Gol está indo além. Está montando, com tecnologia já conhecida e portanto podendo ser considerada mercadoria, um banco. Veja que aqui a vantagem competitiva da Gol é a junção da TI com a percepção de que "voar" passa a ser também uma mercadoria como o é um eletrodoméstico. Dessa forma com o "VOE FÁCIL GOL" está criando o crediário para "voar", e passará a auferir renda também no financiamento direto. Nada de novo, aparentemente, já que outras empresas aéras já operavam com crediário, que aos poucos foram sendo substituídos pelas vendas por cartão de crédito.

A Gol relança o crediário porque dispõe de TI capaz de dimuir o custo de processamento e o risco de inadimplência. Além disso usa uma estratégia de marketing onde o cartão de crediário passa a ser visto com um cartão de fidelização.

Essa estratégia, em linhas gerais, é facilmente replicável, mas dependerá fundamentalmente das heuristícas embutidas na análise do crédito acoplada com as heurísticas de preço sobre demanda.

Apesar de ser uma reunião de tecnologias, acredito que esse caso mostra um exemplo, no qual a TI é extremamente importante sob a ótica de competitividade.

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