sexta-feira, maio 12, 2006

O Uso de RFID em Sistemas de Informação

Novas tecnologias surgem a todo instante. Uma delas que em breve estaremos ouvindo bastante é RFID.

A sigla quer dizer Radio Frequency Identification, ou seja sistemas de rádio que trasmitem identificação. Essa tecnologia em si não é nova, já vem sendo usada em várias aplicações, como por exemplo, para evitar que veículos precisem parar no pedágio.

Como funciona isso? Vamos ver o caso simples do pedágio. Na praça do pedágio existe um leitor RFID que através de sua antena lê a etiqueta do carro que está passando. Algumas etiquetas RFID tem fonte de energia própria, outras recebem sua energia do leitor de RFID.

O que isso tem a ver com Sistemas de Informação?

Um assunto que vem sendo bastante discutido é o uso de etiquetas RFID em estabelecimentos comerciais para uma maior automação da cadeia de suprimentos.

Já em uso em alguns estabelecimentos para controlar mercadorias de alto valor, ainda apresenta um custo alto para ser difundida e colocada em todos os produtos. Pensa-se que os RFID substituirão as atuais barras de código presentes em cada produto e para isso as empresas estão investindo pesadamente em pesquisa e desenvolvimento.

O uso de etiquetas RFID em produtos oferece novas possibilidades de automação e de uma melhor compreensão do mercado consumidor.

O benefício imediato para grandes lojas de varejo é ter controle real de seu estoque de loja. Isto é, cada produto vendido está apto a dar informações variadas, mas principalmente de sua localização. Ou seja, a loja não só sabe se tem o produto, mas onde ele está, além de outras informações, como a quanto tempo aquele produto está na prateleira. Hoje as informações de saída de estoque só se efetivam quando o produto passa pela leitora ótica do caixa.

Outra vantagem de etiquetas RFID é que elas vão permitir aplicações de mineração de dados muito mais complexas. Por exemplo qual o caminho mais comum de um sabonete desde de que sai de sua prateleira até que chegue no caixa? Será que existe um lugar melhor para colocar-se um determinado produto face a diferentes fatores (tempo na loja, exposição de outros produtos, tempo de escolha entre produtos (um consumidor que compara rótulos)).

Do ponto de vista do arquiteto de sistemas de informação, são várias as novas possibilidades, mas isso requer com que novas tecnologias sejam integradas a gama de tecnologias já em uso nas redes de grandes lojas. As tecnologias RFID já estão sendo disponibilizadas por vários fornecedores e nelas estarão embutidos sistemas de software que deverão ser integrados aos sistemas de gerenciamento da cadeia de suprimentos (veja nota anterior). Alguns fornecedores de pacotes para gerência da cadeia de suprimentos já tem modúlos para recebimento de dados de leitoras RFID.

Um lugar para mais informações é o RFID Journal, mas é em Inglês. No Wikipedia existe uma tradução da materia principal dessa revista. Algumas matérias já foram publicadas em revistas do ramo (veja por exemplo, aqui).

A idéia dessa nota surgiu após a leitura do
artigo Enabling RFID in Retail
na revista IEEE Computer de Março de 2006.

p.s. Vejam esse artigo na Microsoft de Javed Sikander. Já está em Português e me pareceu bastante didático. Claro, é centrado nos produtos da empresa, e sabemos que existem também outros fornecedores.

segunda-feira, maio 01, 2006

Sistemas de Informação e Engenharia de Software, o Elo Gerencial

Em 1991, escrevi um artigo sobre a diferença entre Sistemas de Informação e Engenharia de Software.

Nele dizia:

Os limites entre Sistemas de Informação e Engenharia de Software geralmente não são claros para os profissionais que atuam na área de Informática. Há razão para isso. As principais se relacionam principalmente a cultura de processamento de dados ainda presente em várias organizações, além do próprio entendimento de Sistemas de Informação e de Engenharia de Software. Nosso artigo proporá uma distinção entre as áreas de Sistemas de Informação e de Engenharia de Software no contexto de organizações que se utilizam de sistemas computacionais como apoio às suas atividades. Em particular, centraremos nossa atenção no papel do gerente em cada área, e em particular na tarefa de integração das duas áreas em causa.

(Anais do XXIV Congresso Nacional de Informática, Sucesu, 1991, pags. 98-106
Sistemas de Informação e Engenharia de Software, o Elo Gerencial)

Claro, se escreve hoje, algumas coisas seriam diferentes. No entanto, creio que ainda é bem atual. Se duvida, leia-o.

Comentários, como sempre, são bem vindos.